Relato de caso de endocardite por Priestia megaterium

Autores

  • Lucas Bidinotto Barretos School of Health Sciences Dr. Paulo Prata - FACISB, Barretos, SP, Brazil
  • Marcia Guimarães da Silva São Paulo State University, Unesp, Department of Pathology, Botucatu Medical School, Botucatu, São Paulo – Brazil
  • Maria Eduarda Pierre Barretos School of Health Sciences Dr. Paulo Prata - FACISB, Barretos, SP, Brazil
  • Camila Moreira Gomes Barretos School of Health Sciences Dr. Paulo Prata - FACISB, Barretos, SP, Brazil
  • Luciana Souza Jorge Barretos School of Health Sciences Dr. Paulo Prata - FACISB, Barretos, SP, Brazil

DOI:

https://doi.org/10.59255/mmed.2024.93

Palavras-chave:

Endocardite, Priestia megaterium, Tratamento

Resumo

Endocardite é uma infecção grave associada a morbimortalidade importante e pode ser causada por vários microrganismos, mais frequentemente por Enteroccus faecalis, Staphylococcus aureus e Streptococcus sp. O tratamento de pacientes com endocardite infecciosa grave é particularmente desafiador em hospitais não terciários. Um homem imunocompetente de 26 anos foi internado no hospital com início súbito de náusea, seguido por um episódio de síncope de 10 segundos com falta de resposta e perda de memória. Ele foi submetido a uma ressonância magnética do crânio, revelando múltiplas lesões nodulares intraparenquimatosas com um processo inflamatório/infeccioso. O ecocardiograma transesofágico mostrou prolapso de valva mitral com insuficiência moderada/severa. Jato excêntrico, intenso e triangular, com direção à região posterior do átrio esquerdo, com fluxo sistólico reverso em veias pulmonares. Foi observada também imagem ecoanômala, com ampla mobilidade, medindo 2,6cm x 0,6cm, aderida à face atrial do folheto posterior da valva mitral. Notou-se por fim deslizamento do folheto posterior sobre o folheto anterior, compatível com ruptura parcial da cordoalha mitral do folheto posterior. Foi realizada terapia antimicrobiana empírica com ampicilina, oxacilina e gentamicina. O paciente foi submetido à substituição da valva mitral por uma prótese biológica. Os resultados da cultura do tecido valvar identificaram Priestia megaterium e o tratamento antimcrobiano foi substituído por vancomicina e gentamicina foi mantido. Após 14 dias, todos os sintomas foram resolvidos e o paciente recebeu alta do hospital. Até o momento, este é o primeiro relato de endocardite por P. megaterium e o potencial patogênico de P. megaterium justifica uma investigação mais aprofundada.

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Publicado

2024-12-20

Como Citar

Bidinotto, L., da Silva, M. G., Pierre, M. E., Gomes, C. M., & Jorge, L. S. (2024). Relato de caso de endocardite por Priestia megaterium. Manuscripta Medica, 7, 19–23. https://doi.org/10.59255/mmed.2024.93

Edição

Seção

Relato de Caso

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