Tratamento do câncer de pele não melanoma localmente avançado com acelerador linear com auxílio de bolus: relato de caso

Resumo

Introdução: O câncer de pele não melanoma é o tipo mais comum de câncer de pele, sendo o carcinoma espinocelular o segundo mais prevalente. A apresentação clínica do câncer de pele não melanoma é muito variável e o diagnóstico é confirmado  pela biópsia da lesão suspeita para exame histopatológico. A remoção cirúrgica do tumor  é a base terapêutica, porém há  outras opções de tratamento como quimioterapia, radioterapia, crioterapia, terapia fotodinâmica e laser, que podem ser usadas de forma isolada ou associada à cirurgia, dependendo do contexto clínico A radioterapia apresenta excelente taxa de controle local para os carcinomas de pele, entretanto se o aparelho de radioterapia em questão for um acelerador linear, há um entrave visto a particularidade dos aceleradores lineares, que liberam fótons e elétrons de alta energia que não atingem a máxima intensidade na superfície do tecido. Para superar esse problema, pode-se utilizar o bolus que ajuda a superficializar a dose máxima, preservando as estruturas subjacentes à neoplasia e evitando alguns efeitos adversos da radioterapia.  Relato de Caso: Um homem de 85 anos, apresentando uma lesão ulcerada e extensa no punho esquerdo há 2 anos, foi diagnosticado com carcinoma espinocelular invasivo. Optou-se por um tratamento menos invasivo com radioterapia buscando resolução da lesão, apesar de uma redução considerável da lesão, foi necessário ainda uma ressecção cirúrgica. A biópsia revelou um carcinoma espinocelular moderadamente diferenciado, com margens livres de neoplasia. Conclusão: Os aceleradores lineares com ajuda do bolus podem ser considerados uma opção de tratamento para o carcinoma espinocelular em casos de infiltração extensa do tumor com considerável redução desses.