Mulheres invisíveis: um relato de experiência sobre a promoção de saúde para as mulheres privadas de liberdade

Autores

  • Bruna Inez dos Santos Cruz Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos Dr. Paulo Prata – FACISB, São Paulo, Brasil
  • Patrícia Modiano Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos Dr. Paulo Prata – FACISB, São Paulo, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.59255/mmed.2022.67

Palavras-chave:

mulheres, populações marginalizadas, acesso aos serviços de saúde, promoção de saúde, instituições penais

Resumo

Introdução: A população carcerária feminina só cresce e, concomitantemente, ocorre o aumento da violação de direitos básicos, como o acesso à saúde e à dignidade. Nesse sentido, as questões exclusivas do sexo feminino são negligenciadas e seus problemas tornam-se invisíveis dentro do Sistema Prisional. Relato de Experiência: Foi desenvolvida como ação de extensão da Liga Acadêmica de Ginecologia e Obstetrícia –LAGOB, uma atividade para as reeducandas da Penitenciária Feminina de Guariba. Para isso, 6 membros foram selecionados para acompanharem e realizarem consultas, colherem o exame do Papanicolau, em conjunto com outros voluntários, dentre eles uma médica que iria auxiliar nos atendimentos. A maioria das mulheres relatou queixas referentes à saúde mental, e assim, a escuta ativa foi a ferramenta mais utilizada, por permitir a compreensão de suas realidades, histórias e queixas, e o impacto do abandono por parte de seus familiares e a perda de apoio. Discussão: A atividade permitiu corroborar com os dados encontrados na literatura relacionados à falta de acesso à saúde e outros direitos humanos, evidenciando a relevância dessas ações. Conclusão: O oferecimento dos atendimentos médicos e exames preventivos para essa população é de extrema importância, devido à precariedade do acesso à saúde devido aos benefícios que os atendimentos poderão repercutir em suas vidas. Portanto, a atividade realizada possibilitou a oportunidade de conhecer uma população distante do nosso cotidiano e compreender suas necessidades, para que no nosso futuro possamos agir em prol da saúde de populações negligenciadas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Brasil. Grupo de monitoramento e fiscalização do sistema carcerário (GMF). Histórico Sistema Prisional. Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. [acesso em 2022 dez 22]. Disponível em: http://gmf.tjrj.jus.br/historico

Barrucho L, Barros L. 5 problemas crônicos das prisões brasileiras ─ e como estão sendo solucionados ao redor do mundo. BBC News Brasil, 2017. [acesso em 2022 dez 22]. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-38537789

Brasil. Ministério da Justiça e da Segurança Pública, Departamento Penitenciário Nacional. Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias-Infopen Mulheres. 2. ed. Brasília: Ministério da Justiça; 2018. [acesso em 2022 dez 22]. Disponível em: https://conectas.org/wp-content/uploads/2018/05/infopenmulheres_arte_07-03-18-1.pdf

Delziovo CR, Oliveira CS, Jesus LO, Coelho EBS. Atenção à saúde da mulher privada de liberdade [recurso eletrônico] / Universidade Federal de Santa Catarina - Florianópolis; 2015. [acesso em 2022 dez 22]. Disponível em: https://ares.unasus.gov.br/acervo/html/ARES/7427/1/Saude_Mulher.pdf

Brasil. Portaria Interministerial nº 210, de 16 janeiro de 2014. [acesso em 2022 dez 22]. Disponível em: https://www.diariodasleis.com.br/legislacao/federal/226123-politica-nacional-de-atencao-as-mulheres-em-situacao-de-privacao-de-liberdade-e-egressas-do-sistema-prisional

Simbulan NP, Aguilar AS, Flanigan T, Cu-Uvin S. High-risk behaviors and the prevalence of sexually transmitted diseases among women prisoners at the women state penitentiary in Metro Manila. Soc Sci Med 2001; 52(4):599-608. [acesso em 2022 dez 22]. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0277953600001635?via%3Dihub

Lermen HS, Gil BL, Cúnico SD, Jesus LO. Saúde no cárcere: análise das políticas sociais de saúde voltadas à população prisional brasileira. Physis. 2015;25(3):905-24. [acesso em 2022 dez 22]. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0103-73312015000300012

Brasil. Inciso L do artigo 5º. Constituição Federal de 1988. [acesso em 2022 dez 22]. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm

Brasil. Supremo Tribunal Federal. Habeas Corpus 143.641, São Paulo. [acesso em 2022 dez 22]. Disponível em: https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/noticiaNoticiaStf/anexo/HC143641final3pdfVoto.pdf

Queiroz N. Presos que menstruam [recurso eletrônico] - 1. ed. - Rio de Janeiro: Record, 2015. [acesso em 2022 dez 22]. Disponível em: https://www.ufsj.edu.br/portal2repositorio/File/centrocultural/Presos%20Que%20Menstruam%20-%20Nana%20Queiroz.pdf

Silva, MA. Manual de Referência para equipes de saúde do sistema penitenciário – texto preliminar. Brasília, 2005.

ONU. Relatório sobre a Tortura no Brasil Produzido pelo Relator Especial sobre a Tortura da Comissão de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) Genebra, 11 de abril de 2001. [acesso em 2022 dez 22]. Disponível em: http://www.dhnet.org.br/dados/relatorios/dh/br/relatores_onu/rodley/relatorio.htm

Cloud D, Dougherty M, May RL, Parson J, Wormeli P, Rudman WJ. At the intersection of health and justice. Perspect Health Inf Manag [Internet]. 2014 Winter [cited 2016 May 10]; 11(Winter):1-4. [acesso em 2022 dez 22]. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/ PMC3995482/pdf/phim0011-0001c.pdf

Bergh BJVD, Gatherer A, Fraser A, Moller L. Imprisonment and women’s health: concerns about gender sensitivity, human rights and public health. Genebra: World Health Organization; 2011 Sep 1; 89(9): 689–694. [acesso em 2022 dez 22]. Available from: https://www.scielosp.org/pdf/bwho/v89n9/a16v89n9.pdf4

Santos MAM, Rodrigues GB. A ressocialização do preso no Brasil e suas consequências para a sociedade. Revista Científica do Departamento de Ciências Jurídicas, Políticas e Gerenciais do UNI-BH, 2010 3(1):1-46. [acesso em 2022 dez 22]. Available from: https://revistas.unibh.br/dcjpg/article/view/64

Trestman RL, Ford J, Zhang W, Wiesbrock V. Current and lifetime psychiatric illness among inmates not identified as acutely mentally ill at intake in Connecticut’s jails. J Am Acad Psychiatry Law 2007; 35:490-500. [acesso em 2022 dez 22]. Disponível em: https://jaapl.org/content/35/4/490.long

Farabee D, Hall E, Zaheer A, Joshi V. The impact of perceived stigma on psychiatric care and outcomes for correctional mental health patients. Psychiatry Res 2019 jun 276:191-195. [acesso em 2022 dez 22]. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0165178119305116

Pereira D de A, Marques MF, Hübner C von K, Silva KJF. Sintomas depressivos e abuso de drogas entre mulheres presas na cadeia pública feminina de Votorantim/SP. Rev. Fac. Ciênc. Méd. Sorocaba 26 de junho de 2014, 16(2):71-75. [acesso em 2022 dez 22]. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/RFCMS/article/view/13423

Brasil. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Justiça. Cartilha da Mulher Presa. Brasília: Ministério da Saúde, 2011. [acesso em 2022 dez 22]. Disponível em: https://www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/2011/11/cartilha_da_mulher_presa_1_portugues_4.pdf

Brasil. Ministério da Justiça e Segurança Pública. Levantamento Nacional De Informações Penitenciárias. Infopen Mulheres. 2 ed./ organização: Thandara Santos; colaboração: Marlene Inês da Rosa et al. Brasília, Departamento Penitenciário Nacional, 2017: 37-44 [acesso em 2022 dez 22]. Disponível em: https://www.cnj.jus.br/wpcontent/uploads/2011/11/cartilha_da_mulher_presa_1_portugues_4.pdf

Santos JBL, Silva MS. Encarceramento feminino: reflexões acerca do abandono afetivo e fatores associados. Rev. Psicol. Polít. 2019 set/dez 19(46): 459-74. [acesso em 2022 dez 22]. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-549X2019000300007&lng=pt&nrm=iso

Becker A, Spessote DV, Sardinha LS, Santos LGM, Chaves NN, Bicalho PPG. O cárcere e o abandono: prisão, penalização e relações de gênero. Rev Psi Divers Saúde 19 de dezembro de 2016. [acesso em 2022 dez 22]. Disponível em: https://www5.bahiana.edu.br/index.php/psicologia/article/view/1050

Downloads

Publicado

2022-12-28

Como Citar

Cruz, B. I. dos S., & Modiano, P. (2022). Mulheres invisíveis: um relato de experiência sobre a promoção de saúde para as mulheres privadas de liberdade. Manuscripta Medica, 5, 64–70. https://doi.org/10.59255/mmed.2022.67

Edição

Seção

Ciências Humanas e Saúde

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.