Implementação de um programa de capacitação direcionado a médicos residentes em oncologia para auxiliar no manejo da dor oncológica em um hospital de referência

Autores

  • Layra Minuncio Nogueira Research Group on Palliative Care and Health-Related Quality of Life (GPQual) - Barretos Cancer Hospital, Barretos, São Paulo, Brazill
  • Maria Salete De Angelis Nascimento Research Group on Palliative Care and Health-Related Quality of Life (GPQual) - Barretos Cancer Hospital, Barretos, São Paulo, Brazil
  • Sarita Nasbine Frassetto Research Group on Palliative Care and Health-Related Quality of Life (GPQual) - Barretos Cancer Hospital, Barretos, São Paulo, Brazil
  • Juliana Beraldo Ciorlia Research Group on Palliative Care and Health-Related Quality of Life (GPQual) - Barretos Cancer Hospital, Barretos, São Paulo, Brazil
  • Carlos Eduardo Paiva Research Group on Palliative Care and Health-Related Quality of Life (GPQual) - Barretos Cancer Hospital, Barretos, São Paulo, Brazil
  • Bianca Sakamoto Ribeiro Paiva Research Group on Palliative Care and Health-Related Quality of Life (GPQual) - Barretos Cancer Hospital, Barretos, São Paulo, Brazil

DOI:

https://doi.org/10.59255/mmed.2023.85

Palavras-chave:

desenvolvimento de programas, dor do câncer, educação à distância, educação médica, manejo da dor, oncologia

Resumo

Introdução: Dor oncológica é o sintoma mais prevalente relatado pelos pacientes. No entanto, o manejo da dor pode ocorrer por falha na formação médica. Objetivo: Desenvolver e implementar um programa de capacitação para aprimorar as estratégias de manejo da dor para os médicos residentes de oncologia.  Material e Métodos: Estudo pré e pós-intervenção envolvendo 18 residentes de diferentes especialidades oncológicas. Na primeira fase foi desenvolvido o programa “EducaDor”, oferecendo informações sobre avaliação da dor, doses e rotação de opioides. Instrumentos de avaliação, incluindo um questionário sociodemográfico e outro com 45 perguntas sobre manejo da dor e formação prévia, foram elaborados. Na segunda fase, os residentes participaram do programa “EducaDor”, após 30 dias dos questionários iniciais, através de educação à distância na plataforma Moodle. A terceira fase avaliou-se a eficácia do programa.  Resultados: O programa foi desenvolvido e atualmente encontra-se disponível para uso no HCB. Na etapa 2 identificou-se o aprimoramento do conhecimento dos residentes após a aplicação do programa e o contato com os questionários, sendo estatisticamente significante: “A Breakthrough pain não tem uma causa identificável ou um evento precipitante. Início relativamente rápido e duração breve” (p = 0.003), “A adicção em morfina ou demais opioides é raramente observada nos pacientes” (p =0.016), “O uso de subdoses de morfina é a principal razão para a dor persistente” (p =0.008), “A sonolência leve induzida pela morfina é apenas um problema temporário e desaparecerá com o uso continuado da mesma” (p = 0.002), “Na dor crônica, a morfina deve ser administrada em um esquema regular a cada quatro horas (p = 0.016).  Conclusão: Os residentes avaliaram positivamente o programa e sugeriram sua incorporação à residência médica. Estudos futuros randomizados são recomendados para avaliarem o impacto do programa e a experiência prática dos residentes ao longo do tempo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

IARC. https://www.iarc.fr/news-events/global-cancer-statistics-2018-globocan-estimates-of-incidence-and-mortality-worldwide-for-36-cancers-in-185-countries/.
van den Beuken-van Everdingen MH, Hochstenbach LM, Joosten EA et al (2016) Update on prevalence of pain in patients with cancer: systematic review and meta-analysis. J Pain Symptom Manag 51:1070–1090
FREIRE MEM; SAWADA, NO; et al. Qualidade de vida relacionada à saúde de pacientes com câncer avançado: uma revisão integrativa Rev Esc Enferm USP 2014; 48(2):357-67
WHO (1996). Cancer pain relief: with a guide to opioid availability [Online]. Geneva: World Health Organisation.
Greco MT, Roberto A, Corli O, Deandrea S, Bandieri E, Cavuto S, Apolone G (2014) Quality of cancer pain management: an update of a systematic review of undertreatment of patients with cancer. J Clin Oncol 32(36):4149–4154
Van Riet Paap J, Vissers K, Iliffe S, Radbruch L, Hjermstad MJ, Chattat R, Vernooij-Dassen M, Engels Y, research team IMPACT (2015) Strategies to implement evidence into practice to improve palliative care: recommendations of a nominal group approach with expert opinion leaders. BMC Palliat Care 14:47
Raja SN, Carr DB, Cohen M, Finnerup NB, Flor H, Gibson S, et al. The revised International Association for the Study of Pain definition of pain: concepts, challenges, and compromises. Pain. 2020;23. doi: 10.1097/j.pain.0000000000001939. Online ahead of print.
https://sbed.org.br/wp-content/uploads/2020/08/Defini%C3%A7%C3%A3o-revi-sada-de-dor_3.pdf.
Jornal Dor (Publicação da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor - Ano XVIII - 2° Trimestre de 2020 - edição 74, 11-8.
Deng D, Fu L, Zhao YX, et al. The relationship between cancer pain and quality of life in patients newly admitted to Wuhan Hospice Center of China. Am J Hosp Palliat Care. 2012;29(1):53–59.
Ovayolu N, Ovayolu Ö, Serçe S, Tuna D, Pirbudak Çöçelli L, Sevinç A. Pain and quality of life in Turkish cancer patients. Nurs Health Sci. 2013;15(4):437–443.
Kim YS, Do H, Lee JW, et al. Patient reporting pain intensity immediately after surgery can be associated with underlying depression in women with breast cancer. Psychooncology. 2016;25(3):308–315.
Oliveira KG, von Zeidler SV, Podestá JR, et al. Influence of pain severity on the quality of life in patients with head and neck cancer before antineoplastic therapy. BMC Cancer. 2014;14(1):39.
Rich BA. An ethical analysis of the barriers to effective pain management. Camb Q Healthc Ethics. 2000;9(1):54–70.
Kress HG, Ahlbeck K, Aldington D, et al. Managing chronic pain in elderly patients requires a CHANGE of approach. Curr Med Res Opin. 2014;30(6):1153–1164.
Manchikanti L, Falco FJ, Boswell MV, Hirsch JA. Facts, fallacies, and politics of comparative effectiveness study: part 2-implications for interventional pain management. Pain Physician. 2009;13(1): E55–E79
Human Rights Watch – Global State of Pain Treatment. Access to Palliative Care as a Human Right. [cited February 20, 2017]. Available from: https://www.hrw.org/sites/default/files/reports/hhr0511W.pdf.
Pastrana T, Centeno C, De Lima L (2015) Palliative Care in Latin America from the Professional Perspective: A SWOT Analysis. J Palliat Med 18 (5): 429 – 437
Silbermann M, Arnaout M, Daher M, Nestoros S, Pitsillides B, Charalambous H, Gultekin M, Fahmi R, Mostafa KA, Khleif AD, Manasrah N, Oberman A (2012) Palliative care against cancer in Middle Eastern countries: achievements and challenges. Ann Oncol 23 (Supplement 3): 15 – 28
Kerns RD, Otis J, Rosenberg R, Reid MC. Veterans’ reports of pain and associations with ratings of health, health-risk behaviors, affective distress, and use of the healthcare system. J Rehabil Res Dev. 2003;40(5):371–9.
Franck LS, Bruce E. Putting pain assessment into practice: why is it so painful? Pain Res Manag. 2009;14(1):13–20.
Miaskowski C. Outcome measures to evaluate the effectiveness of pain management in older adults with cancer. Oncol Nurs Forum. 2010;37:27–32.
Herr K, Titler M, Fine P, Sanders S, Cavanaugh J, Swegle J, et al. Assessing and treating pain in hospices: current state of evidence-based practices. J Pain Symptom Manag. 2010;39(5):803–19.
Li YX, Yu JQ, Tang L, et al. Cancer pain management at home: voice from an underdeveloped region of China. Cancer Nurs. 2013;36(4): 326–334
RAVAUD, A. et al . A survey in general practice about undergraduate cancer education: results from Gironge (France). J Cancer Edu., v.6, n.3, p.153-57, 1991.
Trowbridge R, Dugan W, Jay SJ, Littrell D, Casebeer LL, Edgerton S, Anderson J, O'Toole JB. Determining the effectiveness of a clinical-practice intervention in improving the control of pain in outpatients with cancer. Acad Med. 1997 Sep;72(9):798-800. doi: 10.1097/00001888-199709000-00016. PMID: 9311323.
Bennett MI, Flemming K, Closs SJ. Education in cancer pain management. Curr Opin Support Palliat Care. 2011 Mar;5(1):20-4. doi: 10.1097/SPC.0b013e328342c607. PMID: 21157351.
Elliott TE, Elliott BA. Physician attitudes and beliefs about use of morphine for cancer pain. J Pain Symptom Manage. 1992 Apr;7(3):141-8. doi: 10.1016/s0885-3924(06)80005-9. PMID: 16967581.
Moura ERF, Bezerra CG, Oliveira MS, Damasceno MMC. Validação de jogo educativo destinado à orientação dietética de portadores de diabetes mellitus. Revista APS. 2008;11(4):435-43.
Pasquali L. Instrumentação psicológica: fundamentos e práticas. Porto Alegre: Artmed; 2010.
Torrez MNFB. Educação à distância e a formação em saúde: nem tanto, nem tão pouco. Trab Educ Saúde 2005; 3(1):171-186.
Fullerton JT, Ingle HT. Evaluation Strategies for Midwifery Education Linked to Digital Media and Distance Delivery Technology. J Midwifery Womens Health 2003; 48(6):426-436.
Harris PA, Taylor R, Thielke R, Payne J, Gonzalez N, Conde JG. Research electronic data capture (REDCap)--a metadata-driven methodology and workflow process for providing translational research informatics support. Journal of biomedical informatics. 2009;42(2):377-81.
Breuer B, Fleishman SB, Cruciani RA, Portenoy RK. Medical oncologists' attitudes and practice in cancer pain management: a national survey. J Clin Oncol. 2011 Dec 20;29(36):4769-75. doi: 10.1200/JCO.2011.35.0561. Epub 2011 Nov 14. PMID: 22084372

Downloads

Publicado

2023-12-27

Como Citar

Nogueira, L. M., Nascimento, M. S. D. A., Frassetto, S. N., Ciorlia, J. B., Paiva, C. E., & Sakamoto Ribeiro Paiva, B. (2023). Implementação de um programa de capacitação direcionado a médicos residentes em oncologia para auxiliar no manejo da dor oncológica em um hospital de referência. Manuscripta Medica, 6, 17–30. https://doi.org/10.59255/mmed.2023.85

Edição

Seção

Ciências da Saúde

Artigos Semelhantes

<< < 1 2 3 4 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.